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Apostila Hacker
Apostila Hacker

 
Capítulo 1:
Lamer
Objetivos Deste Capítulo:
 Após concluir a leitura deste capítulo você deverá ser capaz de entender que ohacker tem uma forma de pensar própria. Que o verdadeiro hacker não depen-de exclusivamente de ferramentas (programas) para desenvolver suas ações.Que houve uma mudança na definição de
hacker 
da década de 70 para cá. Queembora a justiça tenha dificuldade de lidar com os crimes de informática, omelhor é usar o conhecimento para ações lícitas e lucrativas. E que o conheci-mento sobre hackerismo vai ser cada vez mais respeitado nos anos por vir.
Eu, Hacker
É comum me perguntarem como me tornei um hacker. Na verdade eu era hackere não sabia. Só quando esta palavra se popularizou é que eu me reconheci comotal e também passei a ser tratado como hacker. Fui tudo muito natural. Antes da Internet ser aberta ao público no Brasil, nós acessavamos algo parecido,chamado de BBS ( 
Bulletin Board System 
 ). Antes do BBS ainda tinha o
Projeto Ciran- da 
que permitia conexões de 300bps a um serviço chamado de Videotexto. BBSé uma base de dados que pode ser acessada via telefone, onde normalmente sãodisponibilizados arquivos de todos os tipos, softwares de domínio público (freewaree shareware) e conversas on-line (chat). Muitos BBS ofereciam o correio eletrô-nico interno e também o da Internet. Os BBS são os precursores da Internet. Oscomputadores se conectavam ao BBS, onde se podia trocar mensagens local-mente ou até mesmo conhecer pessoas em chats. Com a Internet, os BBS sumi-ram. Existem poucos ainda em funcionamento. Se quiser saber mais sobre BBS, visite o site
www.dmine.com/bbscorner/history.htm 
.De forma simplificada, o BBS funcionava assim: alguém disponibilizava um com-putador com várias linhas telefônicas e vários modens. As pessoas pagavam umataxa mensal para acessar este computador. Mas o que havia neste computadorque interessasse as pessoas? Como já disse, os BBS ofereciam áreas de download,fórum, salas de chat, listas de discussão e E-Mail (na maioria das vezes restrito ao
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 O Livro Proibido do Curso de Hacker
grupo, ou seja, você só poderia enviar E-Mail para alguém do próprio BBS). Alguns BBS disponibilizavam também serviços de Telnet, jogos on-line, consul-ta a banco de dados (Detran, companhia telefônica, etc...) e troca de pacotesentre BBS. Com o Telnet nós conseguiamos acessar BBS de outros países e atra- vés da troca de pacotes era possível participar de listas de discussão e enviar E-Mails para os BBS associados. Reparem que a área de atuação do BBS era local,até devido aos custos da ligação telefônica. BBS de outro estado ou país, só via Telnet. Se o BBS não possuísse muitos membros cadastrados, os chats e troca deE-Mails ficavam mais limitados do que já eram. Todo o acesso era feito em telasde texto. Às vezes criativamente enfeitadas com ANSI. Muito depois chegaramos BBS baseados em Windows.Mas aí já foi junto com a liberação da Internet noBrasil e os BBS acessados pelo Windows tiveram vida curta.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº Marco Aurélio Thompson 
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Outra limitação do BBS era o tempo diário de conexão. O plano de acesso popu-lar permitia apenas UMA HORA DE CONEXÃO DIÁRIA. Planos mais carospermitiam no máximo DUAS HORAS de conexão diária. Não existia, na época,o ACESSO ILIMITADO. Isto só veio depois, como forma de competir com aInternet. A maioria dos atuais colunistas do
Caderno Internet 
do Jornal “O DIA” (Rio de Janeiro) eram frequentadores assíduos do mesmo BBS que eu, o Centroin. Inclu-sive o Gabriel Torres, que até hoje me deixou na dúvida ter sido ele ou não oautor de uma apostila que ensinava a fazer bombas caseiras. A autoria desta apos-tila foi atribuída a ele pelo próprio Jornal “O DIA”.Eu fiquei viciado em acessar BBS. Me cadastrei em vários, incluindo dois gran-des, o Centroin ( 
www.centroin.com.br 
 ) e o Digital Highway ( 
www.digitalhighway.com.br 
 ).Os outros em que me cadastrei eram muito ruins. Meu sonho de consumo era oMandic. Mas ficava em São Paulo e não dava para bancar o interurbano. Eu nãopossuía recursos para bancar mais do que isso. Sem falar que as contas de telefo-ne eram altíssimas. A cidade onde moro, Nilópolis (RJ) era muito precária emmatéria de telefones. Havia muitos anos que a companhia telefônica não abrianovas inscrições. Até 1999 uma linha em Nilópolis custava cerca de 5 mil reais.Meu telefone era alugado a 200 reais por mês e a conta oscilava entre 400 e 600reais só com ligações locais. Já possuía alguma experiência com phreaking. Na época do quartel eu fabricavaum circuito a base de diodos e resistores para fazer ligação direta de telefonepúblico. Até o sub-comandante do quartel onde servi me pediu um. E o pior éque quando fui chamado pensei que era pra ser preso ou coisa assim. Segue areprodução do diálogo (de memória):
Sub:
 
 _”Soldado Thompson. Chegou ao meu conhecimento que o senhor possui um apetrecho que faz o telefone público discar sem ficha. Isto é verdade?” 
Eu:
(fiz uma pausa, mas achei melhor abrir o jogo)
 _”Sim senhor.” 
(jáesperando pelo pior)
Sub:
(agora com a voz doce como queijo)
 _”Então providencie um para mim. Minha família é do Rio Grande do Sul e eu não quero gastar todo o meu soldo em fichas 
(naquela época o telefone usava fichas e também era comum os gaúchosservirem na Brigada Pará-quedista, aqui no Rio de Janeiro)
.” 
Eu:
 
 _”Então fique com o meu...” 
Deste dia em diante as coisas foram muito boas para mim no quartel. Engajei,pedi baixa antes do tempo para ir para a polícia, me livrei da campanha da denguepara fazer o curso de cabo, mudei de Cia. quando a que eu estava mudou decomandante para um boçal. Como me ajudou aquele simples diodo.